terça-feira, 19 de agosto de 2014

Comentário do Dia


A posição do Agronegócio - A repentina entrada de Marina Silva na disputa eleitoral já acendou uma luz de alerta no agronegócio brasileiro, setor que teme a radicalização das questões ambientais caso a ex-senadora do Acre seja eleita. A CNA - Confederação Nacional da Agricultura, emitiu hoje a seguinte nota:

Comunicado CNA
1. Não é papel da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) assumir posição em relação aos presidenciáveis no processo eleitoral. O papel da CNA é transmitir, aos que postulam a Presidência da República, os problemas e necessidades do setor agropecuário e, aos produtores, uma análise das ideias e compromissos dos candidatos em relação a estes problemas e necessidades.

2. A CNA vai acompanhar a campanha, os pronunciamentos dos candidatos, seus compromissos, e interpretá-los segundo a visão do agronegócio, setor fundamental para manter o saldo positivo da balança comercial, representando 44,4% das exportações, cerca de 23% do Produto Interno Bruto e um terço dos empregos formais do país.
3. Eventuais mudanças no quadro eleitoral em nada alteram as posições e demandas expressas no documento “O que esperamos do próximo presidente”, que foi entregue aos três candidatos mais bem colocados nas pesquisas, durante o Encontro de Presidenciáveis promovido pela CNA no último dia 6 de agosto.

4. Este encontro foi considerado plenamente satisfatório, por ter mostrado uma grande convergência de opiniões sobre a importância do agronegócio para o Brasil.
5. Em princípio, todos os candidatos merecem consideração e o que o setor deseja é que todos assumam os compromissos necessários para que o agro continue se desenvolvendo e avançando.

6. Se, em algum momento, algum candidato exprimir pontos de vista ou prometer ações prejudiciais aos produtores rurais e ao desenvolvimento do agronegócio, alertaremos nossos associados, as federações, os sindicatos e o conjunto dos produtores brasileiros.
7. O que desejamos é manter com todos os presidenciáveis, e com o eventual vencedor das eleições, um clima de diálogo e de entendimento, para o bem do país.

Brasília, 19 de agosto de 2014
Assessoria de Comunicação da CNA

Bonner X Dilma Rousseff - Entrevistador pode e deve ser incisivo, mas não pode e não deve ser deselegante. Patrícia Poeta e W. Bonner não se saíram bem ontem na entrevista de Dilma Rousseff. Seria possível fazer todos os questionamentos que fizeram - e até outros mais relevantes - num tom educado, de respeito não apenas à candidata, mas à presidente da República. Dilma Rousseff estava sendo entrevistada como candidata, mas a sua condição de presidente é indissociável. O resultado é que Dilma Rousseff, sempre claudicante e obscura quando tenta verbalizar um raciocínio minimamente lógico (algo que lhe exige um grande esforço), acabou se saindo razoavelmente bem dentro do contexto e para os seus (baixos) padrões de comunicação. Não será surpresa se, com as interrupções do Bonner, ela tiver conquistado a empatia de boa parte do público.

Desconstruindo Marina – Definida a candidatura de Marina Silva pelo PSB, ainda que não oficialmente, resta agora saber quanto tempo seus oponentes aguardarão para deixar de lado a trégua – natural em função da comoção em torno da morte de Eduardo Campos – e passar ao ataque. Porque não restam dúvidas que, em dado momento, Marina terá que ser, necessariamente, um alvo de Aécio Neves. É com a ex-senadora que o tucano disputa, indicam as primeiras sondagens, o “direito” de ir ao segundo turno, num embate acirrado. Dependendo do crescimento da ex-senadora nas próximas pesquisas, será também alvo certo do PT. Os coordenadores da campanha de Dilma devem deixar o “trabalho sujo” inicial para os tucanos, cientes de que atacar uma política que traz a aura da renovação pode ser um tiro pela culatra. A tarefa exige verdadeira sintonia fina do marketing eleitoral. Mas não é impossível, se considerarmos o grande paradoxo que Marina Silva personifica. Senão, vejamos: aparentemente, ela é até aqui a candidata preferida dos jovens de nível educacional mais elevado, mais críticos e, portanto, liberais, insatisfeitos com as velhas práticas políticas, ansiosos por renovação e por lideranças com as quais se sintam identificados – anseios expressos nas jornadas de junho/julho de 2013. Em tese, encarna essa renovação, como já ficara demonstrado lá atrás, nas eleições de 2010. Mas Marina é liberal? Empunha as bandeiras do jovem eleitor? Marina, como evangélica, é a favor do aborto, da liberação da maconha, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da fecundação em laboratório etc? Afinal, Marina é a renovação ou é o conservadorismo? Eis aí o paradoxo a ser explorado pelos marqueteiros de seus concorrentes já nos próximos dias.

Inflação – Há quatro anos a inflação segue indisciplinada fora da meta de 4,5%.

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