quinta-feira, 25 de maio de 2017

Comentários do Dia

Os Intelectuais e os Ideólogos

    Há o intelectual ideológico (ou orgânico, se preferirem a terminologia gramsciana) e o intelectual puro. O primeiro é aquele para o qual a verdade é aquela que serve à revolução; o segundo é aquele para o qual a verdade é em si revolucionária, ou seja, não comporta relativizações oportunistas. As lições de Bobbio (1909 - 2004) nos ajudam a entender a polarização política no Brasil de hoje. O "intelecutal orgânico" conestará a afirmação dos líderes das manifestações de ontem (24/5/17) em Brasília de que a PM foi a culpada pelas depredações dos prédios públicos. Onde está a verdade?

Exército na sinuca
    Se cumprir ordem presidencial, que está respaldada na Constituição, será criticado (como já o foi); Se descumprir ordem presidencial - e, por extensão, a Constituição - será igualmente criticado. A propósito, é curioso que, nas horas em que o "Abacaxi" a ser descascado é maior, não chamam a Marinha ou genericamente as Forças Armadas, mas o Exército.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Artigo


Dois pesos e duas medidas



     Há pessoas escandalizadas pelo fato de o presidente da República ter recebido em sua residência (de forma um tanto clandestina, reconheça-se) um empresário que, agora se comprova, mantinha relações promíscuas com o Estado brasileiro e com a classe política. Pedem o seu impeachment.
    Mas essas mesmas pessoas não se escandalizaram - e ainda não se escandalizam - com o fato de este mesmo "empresário" ter mantido estreitas relações de amizade com os dois últimos ex-presidentes e de ter forjado o descomunal (e altamente suspeito) crescimento de seu grupo empresarial e de sua fortuna graças a essas relações heterodoxas com as pessoas e o partido que governaram o país nos últimos 13 anos.
    Se este de agora não podia e não deveria (e de fato não podia e nem deveria!), aqueles tampouco podiam e deveriam. 
    Pois foram esses ex-presidentes e o seu partido que franquearam ao referido empresário, enquanto estiveram no poder, as facilidades dos bancos oficiais, entre outras vantagens e favores descabidos, no mais deletério exemplo de patrimonialismo. 
    Em resumo, hoje só tem autoridade moral para pedir o afastamento de Michel Temer aqueles que no ano passado , em 2016, pediram e lutaram pelo impedimento de Dilma Rousseff.

    Os demais estão apenas em busca de uma vingança ideológica pueril, comprovando que nada entenderam do que se passou no país nos últimos anos.