terça-feira, 5 de agosto de 2014


Blog Meta Mensagem – 05 de agosto de 2014

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A Resolução da ONU – O plano de criação do Estado de Israel, do Comitê Especial das Nações Unidas para a Palestina, previa, em 1947, a destinação de 53% do território palestino para os judeus e 47% para os árabes palestinos. É, portanto, imprecisa a informação de que a ONU não contemplou um Estado para os palestinos, conforme consta do artigo O gueto de Gaza, da última sexta-feira. O alerta foi oportunamente feito em comentário do leitor Jacques Malka, que está no pé do artigo.

Mas a história é um pouco mais complexa. Na verdade, as representações árabes, em especial a palestina, negaram-se a participar da votação do plano num primeiro momento e depois votaram contra, alegando três razões: 1. A decisão contrariava os estatutos da própria ONU, que garante a todo povo o direito de decidir o seu próprio destino;  2. O território dos palestinos era a Palestina, onde estava sendo criado, em superposição, o Estado de Israel – a resolução representaria a divisão de “seu país”; e 3. O Plano, já não bastassem as razões anteriores, destinava um território maior para os judeus, cuja população era menor.

Em 1947, viviam na Palestina – que estava sob o domínio britânico deste o fim da Primeira Guerra – 1,4 milhão de árabes palestinos e 700 mil judeus, boa parte deles emigrantes que deixaram a Europa ao término da Segunda Guerra (Exodus). A Resolução 181 foi aprovada em 28 de novembro de 1947.  A partir de 14 de maio de 1948, livre do mandato dos britânicos, Israel passou a ser um Estado soberano, independente, em territórios superpostos aos reivindicados pelos palestinos.

Dos 57 países membros da ONU na ocasião, 56 participaram da sessão (a representação da Tailândia foi a única ausente). Trinta e três votaram a favor da Resolução, dez se abstiveram e 13 foram contrários, entre os quais os integrantes da Liga Árabe – Egito, Síria, Líbano e Jordânia.

O que se pode discutir hoje é se a decisão de árabes, na ocasião, não teria sido equivocada do ponto de vista estratégico, uma vez que a fundação do Estado de Israel já era irreversível tendo em vista a sua aprovação pela ONU.  Com a rejeição à Resolução, os palestinos ficaram num “limbo” – uma nação sem Estado e com território mitigado, regrado por outro Estado.

Nenhum desses antecedentes, contudo, autoriza o radicalismo posterior. Nem justifica o ódio e o grande número de vítimas, em ambos os lados, desde então.

Previsões econômicas - Depois que uma analista do Santander foi demitida por ter feito a óbvia associação, em trabalho hipotético de conjuntura, entre a vitória de Dilma Rousseff na eleição deste ano e a queda na confiança da economia, com piora do desempenho da Bolsa, as previsões do banco a partir de agora não merecem mais a menor credibilidade.

 

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