Bye, Bye Bolívia
Eduardo Saboia: quem disse que falta fibra aos homens do Itamaraty? |
Eduardo
Saboia, diplomata brasileiro que montou uma operação secreta para retirar o
senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada de La Paz, é um homem
corajoso. Perseguido político, Pinto Molina já tinha recebido asilo do
Brasil há mais de um ano, mas permanecia trancafiado na embaixada.
Sem pressão de Brasília, La Paz não expedia o seu salvo-conduto. Uma condição desumana, que violava tratados internacionais e humilhava a diplomacia brasileira – e contra a qual Saboia se rebelou, a despeito das inevitáveis consequências para a sua carreira, a começar por um processo disciplinar por quebra de hierarquia.
Sem pressão de Brasília, La Paz não expedia o seu salvo-conduto. Uma condição desumana, que violava tratados internacionais e humilhava a diplomacia brasileira – e contra a qual Saboia se rebelou, a despeito das inevitáveis consequências para a sua carreira, a começar por um processo disciplinar por quebra de hierarquia.
No
caso em questão, o Itamaraty vinha cumprindo a política de relações
exteriores da “Era PT”: se os países que nos afrontam são do compadrio
ideológico, afagos. A complacência do ministro Antonio Patriota durante os 452
dias em que Pinto Molina viveu em condições precárias num cubículo (sala de
telex) da representação brasileira não era, portanto, aleatória, mas
premeditada. Seguia à risca o roteiro estabelecido no Planalto.
O
que não estava no script palaciano era a postura firme e indignada do
encarregado de negócios em La Paz. Saboia, com sua ação cinematográfica, expôs a
farsa. A cabeça de Patriota foi a única forma que o governo encontrou para se
desculpar com Evo Morales. Aparências salvas, o descaso e a inércia do
ministro foram recompensados com uma designação para a ONU.
No
melhor estilo PT, Patriota caiu “para cima”. Afinal, fez o que lhe mandaram,
embora agindo contra os direitos humanos, as melhores tradições do Itamaraty e
os verdadeiros interesses do Brasil – os quais não se confundem com os
interesses de governos transitórios.
Por
Nilson Mello
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