Em tempo
Uma Polícia
Despreparada.
Os inadmissíveis atos de vandalismo que se viram no Rio e São Paulo durante as
manifestações contra o aumento das passagens de ônibus perdem peso diante dos
excessos cometidos pela Polícia Militar, sobretudo na capital paulista. O
vandalismo é ato de uma minoria covarde que se esconde na multidão. No fundo,
traem o movimento e comprometem o que puder haver de justo nos protestos e
reivindicações. Já a PM é o braço da Lei (queiramos ou não). Sua ação não pode
ser dissimulada, forjada e abusiva. O que as imagens de TV mostraram ontem à
noite foi uma truculência injustificável (com licença para a redundância dos
termos). Inteligência zero no enfrentamento da situação. Quem mais perdeu com a
ação desmedida da PM paulista foram aqueles que entendem a ordem como premissa
de uma sociedade civilizada e democrática. O governador de São Paulo precisa
determinar rigor na punição dos excessos, e Ministério Público e Justiça devem
estar atentos à questão.
A verdade é que a Polícia
Militar é uma instituição anacrônica, fora de contexto. Detalhe: isso nada
tem a ver com o regime militar, extinto há mais de duas décadas. É um problema
do presente, de responsabilidade dos governantes que se elegeram e continuam a
se eleger depois da chamada redemocratização. As polícias estaduais precisam
ser repensadas e reestruturadas. Não cabe mais a distinção entre polícia judiciária
(hoje, competência da Polícia Civil) e polícia ostensiva (PM). Uma só polícia,
de caráter não militar, deveria cumprir as duas funções, como ocorre na maior
parte do mundo. E caberia à PM o papel que hoje está sendo deslocado para a
Força Nacional de Segurança.
(NM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário