sábado, 15 de junho de 2013


Em tempo

Uma Polícia Despreparada. Os inadmissíveis atos de vandalismo que se viram no Rio e São Paulo durante as manifestações contra o aumento das passagens de ônibus perdem peso diante dos excessos cometidos pela Polícia Militar, sobretudo na capital paulista. O vandalismo é ato de uma minoria covarde que se esconde na multidão. No fundo, traem o movimento e comprometem o que puder haver de justo nos protestos e reivindicações. Já a PM é o braço da Lei (queiramos ou não). Sua ação não pode ser dissimulada, forjada e abusiva. O que as imagens de TV mostraram ontem à noite foi uma truculência injustificável (com licença para a redundância dos termos). Inteligência zero no enfrentamento da situação. Quem mais perdeu com a ação desmedida da PM paulista foram aqueles que entendem a ordem como premissa de uma sociedade civilizada e democrática. O governador de São Paulo precisa determinar rigor na punição dos excessos, e Ministério Público e Justiça devem estar atentos à questão.

A verdade é que a Polícia Militar é uma instituição anacrônica, fora de contexto. Detalhe: isso nada tem a ver com o regime militar, extinto há mais de duas décadas. É um problema do presente, de responsabilidade dos governantes que se elegeram e continuam a se eleger depois da chamada redemocratização. As polícias estaduais precisam ser repensadas e reestruturadas. Não cabe mais a distinção entre polícia judiciária (hoje, competência da Polícia Civil) e polícia ostensiva (PM). Uma só polícia, de caráter não militar, deveria cumprir as duas funções, como ocorre na maior parte do mundo. E caberia à PM o papel que hoje está sendo deslocado para a Força Nacional de Segurança.

(NM)

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