As suspeitas que sempre pairaram sobre o contrato do
governo com a Odebrecht, no âmbito do Programa de Submarinos (Prosub), objeto
do Comentário abaixo (do dia 03/08), são: 1. Que parcela substantiva do valor
do contrato seria dirigida ao financiamento da campanha presidencial de 2010;
2. Que a Odebrecht tinha interesse na construção e compartilhamento do estaleiro
na Baía de Sepetiba porque utilizaria a infraestrutura para construir
plataformas e navios de apoio marítimo, tendo em vista a expansão do pré-sal
(receberia assim, indiretamente, um ativo para realizar seus contratos no setor
de construção naval); 3. Que, no final das contas, o quinto submarino, o
nuclear, não poderia ser entregue dentro do contrato do Prosub, a despeito de
seu valor vultoso, simplesmente porque o reator nuclear, há décadas em
desenvolvimento pela Marinha, está atrelado a outro programa, de valores e
fontes de recursos distintos, e cujo cronograma encontra-se bastante atrasado
(assim, a francesa DCNS apenas ajudaria na construção de um casco de grande
porte, para suportar o pretendido reator, mas, a rigor, não poderia transferir
tecnologia nuclear em função das vedações impostas por tratados internacionais
dos quais a França é signatária). Em resumo, portanto, nada justificaria os
altos valores que envolveram o negócio, a não ser esses interesses escusos
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