quarta-feira, 20 de julho de 2011

COMENTÁRIO DO DIA

      

Arrecadação e inflação

        A arrecadação federal bateu recorde no mês de junho, alcançando R$ 82,72 bilhões, o que significa uma alta de 23,07% acima da inflação na comparação com o mesmo mês de 2010, informam os jornais desta quarta-feira (20/07).
    Os brasileiros já pagaram mais de R$ 645 bilhões em tributos federais neste semestre, cerca de 13% a mais do que no ano passado. A Receita Federal prevê que a arrecadação este ano seja 10,5% maior do que no ano passado, numa prova de que o consumo continua aquecido.
    A notícia nos leva a retomar a reflexão da postagem de ontem deste blog. Ora, se o consumo continua aquecido (robustecendo a arrecadação), mas sem que haja contrapartida em aumento da produtividade, pois a despeito da carga tributária, os investimentos são tímidos, como será possível manter a estabilidade dos preços?
    Sobre o assunto, o analista Celso Ming, do jornal O Estado de S. Paulo, comenta em seu artigo de hoje (ver link logo abaixo) que as despesas correntes do governo vêm aumentando 10% ao ano, ajudando a empurrar o consumo. São despesas que - conforme comentado na última postagem - não garantem produtividade à economia e, como tal, geram risco à estabilidade.
    Celso Ming completa: “...O Banco Central entendeu que tinha de desistir de entregar a inflação na Meta em 2011. Assegurou que isso acontecerá em 2012. No entanto, está cada vez mais difícil cumprir a nova promessa”.
    O Brasil conseguiu melhorar a renda da população graças à estabilidade econômica – ou seja, o controle da inflação iniciado com o Plano Real, ainda na década de 1990. Agora que temos renda, estamos impulsionando o consumo. Mas um consumo sem produtividade. Se a tendência persistir, em breve não teremos mais estabilidade – e nem renda e consumo. É preciso ficar alerta!
   
Em tempo: A melhor maneira de fazer a arrecadação crescer de forma sustentável, sem sufocar o setor produtivo, e prevenindo evasão e informalidade, é reduzir e simplificar tributos. Custos tributários menores estimulam a produção, o comércio e a renda. Todos ganham.


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