terça-feira, 7 de junho de 2011

COMENTÁRIOS DO DIA

Ato falho

     O artigo de ontem (06/06) deste Blog comete um ato falho ao se referir aos “dois primeiros governos” Lula. Na verdade, o correto seria dizer “os dois governos” Lula. O atual mandato, evidentemente, é de Dilma Rousseff.

Chavez e segurança na fronteira

     O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, esteve no Brasil nesta segunda-feira para, entre outras coisas, assinar acordo de cooperação para a segurança da fronteira entre os dois países.
Alguém terá que fazer papel de desentendido, hipócrita ou bobo nesses entendimentos. Chavez é um assíduo colaborador das FARCs, como revelam documentos “capturados” com chefes da guerrilha comlombiana que, entre outras coisas, exporta insegurança para os vizinhos sul-americanos.
    
Inflação perde força

     A notícia boa na economia fica por conta dos indicadores de desaceleração da inflação. Analistas acreditam que os fatores que pressionavam os preços no primeiro trimestre do ano, como a alta das commodities internacionais, já não estão mais presentes e por isso a tendência seria a “devolução das altas” dos últimos meses a partir do segundo semestre do ano.
Esse blog, que em diferentes artigos colocou em dúvida a capacidade da equipe econômica em conter a inflação com determinação e instrumentos coerentes, e não apenas com retórica, espera que a tendência se confirme. Desde já, reconhece que o ministro Guido Mantega é, na pior das hipóteses, um homem público de sorte (não por outra razão já foi comparado, aqui mesmo neste espaço, ao presonagem Forrest Gump).






Alguns aspectos, contudo, ainda merecem atenção. No curto prazo, é oportuno lembrar que haverá forte pressão por aumentos salariais (que não deixam de ser legítimos) no segundo semestre, sobretudo com categorias que têm forte poder de negociação, como os bancários. Esses movimentam, resultando em elevação da massa salarial, terão impacto no consumo – o que pode mais uma vez forçar a alta de preços.
Válido novamente ressaltar: o consumo em si não é ruim porque é ele que movimenta a economia. O nocivo é ter um consumo acima da capacidade de produção da economia. Essas altas decorrentes do consumo verificadas, sobretudo, de 2010 para cá – e aí entra o aspecto estrutural da questão, de longo prazo, em paralelo ao conjuntural – geraram inflação de demanda justamente porque a economia não está operando de forma sustentável.
Para reverter esse quadro estrutural, é preciso investir mais. Um crescimento sustentável – ou seja, uma expansão do PIB livre dos gargalos que pressionam os preços – implica volume maior de investimentos em infraestrutura e produção.
Calcula-se que para o Brasil ter um crescimento sustentável de 5% ao ano (abaixo, portanto, do que registrou no ano passado), precisaria investir o equivalente a 24% do PIB. Hoje investe em torno de 18%, sendo que a maior parte desses investimentos vem do setor privado e de estrangeiros.  
E isso porque os gastos elevados do governo não deixem espaço para um aporte maior de investimentos públicos.
Por Nilson Mello

(Obs: Sobre a questão, vale a pena ver Editorial do Estado de S. Paulo de 05 de junho no link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110605/not_imp728211,0.php).

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