quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

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Em 2010, a indústria brasileira obteve o maior índice de crescimento nos últimos 24 anos, informou o IBGE nesta quarta-feira (02/02). Em relação a 2009, o aumento acumulado da atividade industrial foi de 10,5%.
            O crescimento recorde do ano foi puxado pelo primeiro trimestre, graças aos benefícios fiscais concedidos em 2009, em meio às medidas para reduzir os efeitos da crise mundial.
Nos últimos três trimestres de 2010, a trajetória já foi de queda, por conta do câmbio favorável aos produtos importado (real valorizado) e juros relativamente ainda altos. A trajetória agora é de queda.
            Os que falam em desindustrialização do país por conta do desequilíbrio cambial global - contexto que expôs a falta de competitividade do produto nacional devido a outros fatores fundamentais - voltam a soar o alarme. As consultorias financeiras começam a rever o crescimento da indústria para 2011 – algumas já apontam alta pífia de 2,7%. (Ver coluna de Celso Ming, sobre o tema, no link ao lado).
     Não é possível resolver as distorções do câmbio sem criar outros artificialismos para a moeda brasileira.
A saída, para resolver o impasse, seria remover os fatores que minam a competitividade do produtor nacional, como tributação excessiva e infraestrutura deficiente. E também redução dos juros, o que depende da redução dos gastos públicos.
A questão da tributação, que inclui encargos trabalhistas, exigirá do novo governo um esforço político sem precedentes. O antecessor da presidente Dilma Rousseff, com toda a sua popularidade, preferiu não mexer no vespeiro – e talvez por isso tenha mantido a popularidade, a despeito do prejuízo no longo prazo que legou para o país.
A infraestrutura precisa de investimentos urgentes e de valores significativos. Para sobrar dinheiro para esses investimentos, o governo precisa aprender a gerenciar melhor as suas receitas.


Discurso da presidente

Em sua mensagem ao novo Congresso, a presidente Dilma Rousseff prometeu ontem que seu governo estará empenhado na manutenção do equilíbrio econômico. Enfatizou que o combate à inflação requer austeridade fiscal e rigor na política monetária (juros), sempre que necessário. E reconheceu que o Poder Público deve ser mais responsável em seus gastos.
Até aqui, um discurso irrepreensível. O governo do antecessor aparelhou o Estado e desperdiçou dinheiro com despesas correntes. Foram esses recursos que fizeram falta para melhorar a infraestratura sucateada, por exemplo, fator, como mencionado acima, que compromete a competitividade da indústria brasileira. Mas o governo também precisa gastar melhor para melhorar a educação, a saúde, a segurança...
Que este novo Congresso, com renovação de 58% (o que não significa, necessariamente, melhoria da qualidade), e os partidos da base governista, sempre ávidos por cargos e privilégios, não atrapalhem os planos anunciados ontem pela presidente em seu discurso no plenário do Congresso.



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