Verdades ou mentiras
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirma que se o ex-governador Orestes Quércia estivesse vivo poderia isentá-lo de participação no chamado “Escândalo dos Aloprados”.
Recapitulemos. O chamado “Escândalo dos Aloprados”, esquema de compra de um falso dossiê na eleição de 2006, com denúncias contra José Serra, então candidato do PSDB ao governo paulista, foi urdido por integrantes da equipe de campanha de Mercadante, então candidato do PT.
Matéria da revista Veja desse fim de semana ressuscitou o imbróglio ao publicar declarações de um correligionário que afirma que Mercadante estava ciente e deu seu aval ao esquema.
A falsa documentação custaria R$ 1,7 milhão, e a compra seria bancada pelo ex-governador Orestes Quércia, em troca de um robusto quinhão num eventual governo petista. O esquema foi desmascarado pela Polícia Federal e Serra acabou eleito.
A alegação de Mercadante, feita durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira, é extraordinária pela sofisticação pueril. Ou pela pueril sofisticação.
Não apenas porque Quércia está morto – e como tal não poderia ressurgir das cinzas para testemunhar – mas, e principalmente, porque, se vivo estivesse, é absolutamente improvável que viesse a acusar um cúmplice presumível, posto que, nessa hipótese, também se incriminaria.
Quércia, na verdade, nem precisaria estar morto para ser a melhor defesa de Mercadante. Mas que descanse em paz.
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