Não é, portanto, totalmente delirante a hipótese “benevolente”, aventada na postagem de domingo deste Blog, de que a reunião com os 28 empresários na semana passada poderia ser o marco de que o governo reconhece que precisa fazer a sua parte, poupando e investindo mais. Do contrário não teremos aumento de eficiência.
Dilma Rousseff reconheceu expressamente que a competitividade e os investimentos privados devem ter como pressuposto a redução da carga tributária e a melhoria dos gastos do governo.
A tranquilidade da presidente, respondendo de forma ponderada a questões delicadas, contrasta com as informações que dão conta de seu temperamento exaltado. Os jornalistas que a entrevistaram – todos experientes profissionais – não teriam razão para filtrar uma eventual contrariedade ou exasperação. Ao contrário.
Supõem-se então que o clima foi mesmo cordato e sereno, apesar de uma temática não tão confortável.
Exaltação é sempre sintoma de irreflexão. A imagem que ficou, porém, foi a de uma pessoa de bom senso, capaz de reflexões menos imediatistas, simplificadoras ou contaminadas pela ideologia. Soube-se, de quebra, que a presidente tem apreço pelos livros. Um avanço e tanto.
Voltamos, portanto, à agenda imprescindível ao país: a da (nova leva) de reformas estruturantes, nos moldes das que foram iniciadas no governo de FHC e depois abandonadas nos mandatos de Lula, que as deplorou. É isso, presidente Dilma?
Tarefa árdua – Tratando do mesmo tema da postagem deste domingo do Blog, Paulo Guedes (para quem não leu está no link abaixo), em artigo nesta segunda-feira (26/04) em O Globo, recorre a Karl Marx para alertar à “esquerda” no poder que excessos de tributos e de gastos públicos é uma insensatez:
“Enormes somas passando pelas mãos do Estado davam oportunidade para fraudulentos contratos de fornecimento, corrupção, subornos, malversações e ladroeiras de todo gênero”. Ironicamente, Marx com diagnóstico liberal!
Ladroagem de todo gênero é o que temos hoje no Brasil. A principal razão desses “desvios” é a existência de uma máquina pública opulenta, onde o critério “meritocracia”, tão caro à presidente Dilma Rousseff, ainda está longe de prevalecer.
Por Nilson Mello
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