quarta-feira, 27 de abril de 2011

COMENTÁRIOS DO DIA

O Bullying do senador Requião

     Questionado sobre a pensão que recebe cumulativamente com o salário de parlamentar, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) arrancou o gravador do repórter. Depois, no plenário do Senado, afirmou que é vítima de bullying e manipulação, por parte da imprensa.
Não explicou como acumula pensão de ex-governador com salário de parlamentar.
     Para “apurar” fatos e responsabilidades, o presidente do Senado, José Sarney, decidiu instaurar – com atraso – a Comissão de Ética da Casa. Dos 15 senadores que a compõem, oito respondem a processos ou a inquéritos.
     Quem os elegeu?
    
Chuvas – sirenes paliativas

     O sistema de alerta de temporais da Prefeitura do Rio de Janeiro foi inaugurado no temporal desta semana. Funcionou com atraso. Ainda assim salvou vidas. É um paliativo importante. Mas um paliativo.
O ideal seria que a cidade já tivesse implantado e desenvolvido, há muitos anos, programas de drenagem e de remoção de comunidades das áreas de risco, atrelados a uma política corajosa de ocupação urbana. Isso, no atacado.
No varejo, que as administrações em seqüência tivessem realizado, periodicamente, obras de contenção de encostas, de limpeza e retificação de canais e rios, de urbanização.
E, ainda, que gastassem as verbas de publicidade – sempre generosas – com campanhas de educação da população. Jogar papel nas ruas ou em terrenos baldios contribui para o risco de enchentes e de desmoronamentos.
O carioca precisa assumir a sua parcela de culpa no problema. Aperfeiçoando o seu voto (ou seja, escolhendo melhores governantes e representantes nos legislativos) e parando de emporcalhar a cidade, um hábito renitente.


Superavit primário
    
     A meta do primeiro quadrimestre para o superávit primário – economia para pagamento dos juros da dívida pública – foi alcançado com um mês de antecedência.
A notícia é boa porque indica maior “compromisso com a austeridade fiscal”, nas palavras usadas pelo ministro Guido Mantega, ao anunciar a marca de R$ 25,5 bilhões nos três primeiros meses do ano.
A redução das despesas públicas como mecanismo de combate à inflação foi objeto de comentário de ontem desse Blog. É preciso lembrar que essa redução não pode ser apenas pontual.
Deve ter caráter estrutural, a partir de uma estratégia de longo prazo que comporte, por exemplo, a reforma tributária, aí compreendida a reforma da Previdência.
Por enquanto a redução dos gastos é resultado apenas do contingenciamento orçamentário – pontual, portanto, não estrutural. Ou seja, será preciso uma mudança de mentalidade a fim de que o país deixe de ser refém de uma política monetária austera, mas necessária (arrocho nos juros), no combate à inflação.

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