O BC assume as rédeas?
A decisão do Banco Central de conter os financiamentos, anunciadas ontem pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini, em audiência no Senado, gera uma certeza e uma dúvida.
A certeza:
Significa que, ao contrário do que a presidente Dilma Rousseff afirmara na semana passada – e que foi objeto do artigo Meta Mensagem postado na última sexta-feira – estamos, sim, diante de uma “inflação de demanda”, caracterizada por consumo de produtos e serviços acima da capacidade de oferta.
A dúvida: se é isso, como os indicadores comprovam, por que o presidente do BC está reticente em afirmar que a taxa básica de juros deverá ter novas rodadas de aumento para conter a pressão inflacionária?
Afinal, foi graças a uma política monetária austera que o Brasil conseguiu garantir a estabilidade à sua economia desde o Plano Real. O presidente Lula, em seus dois mandatos, não abriu mão dessa arma, apesar de tê-la criticado na oposição.
O risco é a inconsistência técnica de “desenvolvimentistas” - que acreditam ser possível conviver com “uma pequena inflação” para continuar crescendo, e por isso condenam a alta dos juros - lançar novamente o país numa descontrolada espiral de indexação de preços.
Não há desenvolvimento sustentável em ambiente inflacionário.
Página virada no Itamaraty
A ausência do ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva no almoço em homenagem ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obma, no Itamaraty deve ser interpretada como o que realmente foi: uma prova de que Lula coloca a sua vaidade acima de eventuais interesses da Nação que durante oito anos dirigiu.
No caso, o interesse - claramente expresso pela agenda montada pelo Itamaraty ao convidar outros ex-presidentes - seria expressar à comitiva norte-americana, e ao mundo, a coesão institucional e a estabilidade da democracia brasileira.
Mas aparentemente Lula preferia ter sido convidado com uma deferência especial que o distinguisse dos outros ex-presidentes, justamente porque se julga acima deles – como deixou transparecer diversas vezes nos discursos que fez ao longo de seu mandato, cujo o intróito era o bordão “nunca antes neste país...”.
Aliás, é possível que, se dependesse de Lula, os demais ex-presidentes não tivessem sido convidados.
Ponto para o Itamaraty restaurado pela presidente Dilma Rousseff, que tem feito o que o protocolo diplomático impõe que faça, livre das diretrizes ideológicas contraproducentes.
Nos dois mandatos de Lula o Brasil viveu o constrangimento de estreitar relações com governos tiranos, em prejuízo de seus verdadeiros interesses. Página virada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário