quinta-feira, 17 de março de 2011

Comentário do dia

Mais inflação: o custo das commodities e o Japão
     
     A chamada inflação de demanda, como comentado na postagem de ontem desse Blog, ocorre quando a demanda por bens e serviços da economia é superir à oferta, gerando pressão sobre os preços. Foi o que aprendi em minha pós-graduação em Análise Conjutural e acompanhando o noticiário econômico há vinte anos, inclusive como repórter de Economia.
    Como o Brasil investe menos do que o esperado em produção, e também em sua sucateada infraestrutura, os aumentos de consumo, em função de crescimentos sazonais da economia, acabam, em algum momento, tendo impacto na inflação. (Ver gráfico acima)
    Pois bem, além da inflação de demanda, que é uma circunstânia doméstica, o Brasil sofre também - como os demais países - o efeito da inflação de custos relacionada à alta dos preços das commodities em todo mundo. Mas, também nesse caso, essa pressão sobre os preços ocorre em função de uma demanda crescente que supera a capacidade de oferta dos produtores mundiais.
    Em resumo, tanto a inflação de demanda como a de custos são fatores relacionados à velha lei da Economia da oferta e da procura: quanto maior a disponibilidade de determinado produto, menor seu preço, e vice-versa. Para quem não entende porque produtores agrícolas às vezes inutilizam grandes quantidades de sua produção está aí a explicação.
    Já tem gente apostando que a catástrofe no Japão, com efeitos negativos sobre o desempenho da economia daquele país e, por extensão, na Ásia e no Mundo, contribuirá para reduzir a atividade econômica mundial, contendo a inflação.
    O problema é que desaceleração da Economia - apesar desse efeito "colateral" benéfico e passageiro - só traz mais problemas: desemprego, queda da arrecadação, redução da renda, do consumo etc.
    O fato é que a inflação será cada vez mais um tema presente nos debates este ano. E a julgar pela postura pouco firme do governo, não será por conta da queda dos índices.
Por Nilson Mello

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