Alencar e os juros
A melhor forma de combater os juros é identificar as suas causas.
E a causa das altas taxas cobradas no Brasil é, em primeiro lugar, o excesso de gastos públicos. O governo toma tanto dinheiro do setor financeiro que acaba pressionando as taxas. Assim, sem uma política fiscal rigorosa, a política monetária (juros) precisa ser mais austera.
Além disso, com o excesso de despesas correntes, não sobram recursos para os investimentos necessários. Sem investimentos, a economia pode até crescer, com aumento de consumo, mas não se desenvolve de maneira sustentável e saudável (livre de inflação).
O problema não é apenas o excesso de despesas, mas também o mau uso dos recursos públicos.
Portanto, a melhor forma de combater o juro alto, que é um remédio amargo que nós brasileiros somos obrigados a ingerir para evitar um mal maior (alta dos preços), é combater as suas causas. Em outras palavras, é combater os excessivos gastos do(s) governo(s).
O ex-vice-presidente José Alencar, morto nessa terça-feira em São Paulo, aos 79 anos, foi um exemplo de dignidade como empresário e como homem público. Nos dois mandatos como vice-presidente, expressou sua preocupação com as taxas de juros.
A homenagem que podemos lhe fazer é justamente passar a encarar a questão dentro de toda a sua complexidade, combatendo as razões que levam a autoridade monetária (Banco Central) a elevar os juros. Ao invés de criticar os juros, lutar para extinguir as suas causas.
Ou seja, o que devemos fazer é combater os excessos de despesas do governo, permitindo o aumento dos investimentos que contribuiriam para garantir o desenvolvimento sustentável da economia, livre de inflação.
Por Nilson Mello
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