O nosso comunista
O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, é figura controversa. Comunista de carteirinha é, também, católico praticante. Defensor de um Estado intervencionista, onipresente e “empresário” - a julgar por sua opção ideológica e partidária - anunciou que pretende preencher os cargos do primeiro escalão – substituindo aqueles afastados por corrupção - com “gente de mercado”, num reconhecimento implícito de que profissionais oriundos do setor privado têm mais capacidade gerencial e produtividade do que aqueles da máquina pública.
Ato-contínuo, contudo, explicou que os salários do setor privado são melhores do que os do setor público (o que não é bem verdade).
Aparentemente, portanto, tentava justificar o menor rendimento do funcionário público. E – aqui vai uma ilação – aproveitava a oportunidade para defender, veladamente, melhores salários para os quadros do ministério.
O papel dos Ministérios hoje é esse mesmo, não é Rebelo? Fazer com que os “quadros” dos partidos que os dominam - dentro da partilha fisiológica que se consolidou no país - tenham vida boa. A custa dos impostos que pagamos, obviamente.
Aldo Rebelo é um homem bem. Ao menos passa essa imagem, a despeito das contradições. De bem, mas confuso. Nas estantes de seu gabinete “convivem” imagens de Mao e de Nossa Senhora de Aparecida.
Sejamos, porém, condescendentes: não é fácil ser coerente e lúcido pertencendo ao PC do B. Não é fácil defender bandeiras democráticas e ao mesmo tempo uma economia eficiente fazendo parte de uma legenda associada a um modelo político e econômico anacrônico, que fracassou no mundo todo.
Ah, o PC do B não é mais nada disso? Que então mude de nome.
Por Nilson Mello
BC abre mão de sua missão?
Uma política monetária responsável não deve atribuir o controle dos preços a eventuais fatores externos, como uma possível queda de demanda em função do agravamento da crise mundial.
Primeiro porque tais fatores são imponderáveis. E segundo porque não há garantias de que, mesmo que se efetivem, possam ser capazes de conter a alta de preços domésticos.
Por suas peculiaridades e sua dimensão, a economia brasileira tem dinâmica própria, sujeita a influência externa apenas relativa.
A observação foi feita em seguidos artigos e comentários deste blog nos últimos meses. E figura de forma contundente em artigo do economista Paulo Guedes publicado nesta segunda-feira (31) na imprensa.
“O processo inflacionário depende fundamentalmente dos mercados de bens e serviços domésticos, e não da inflação importada”, alerta Paulo Guedes.
O BC iniciou um ciclo de baixa de juros sem que a política fiscal esteja definitivamente ajustada. A política econômica foi retirada de parâmetros eminentemente técnicos para ingressar na esfera da conjectura. Aposta do BC, que não é técnica, pode dar certo, e a inflação ficar na meta em 2012. Mas como toda aposta, pode não se concretizar.
Ver link de artigo de Paulo Guedes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário