Segundo Tempo
O que mais chama a atenção neste novo escândalo de desvio de verbas no primeiro escalão do governo não é sequer o possível envolvimento de (mais) um ministro, os polpudos valores embolsados pelos fraudadores ou as evidências de que as ONGs são, em sua maioria, sugadores de recursos públicos.
O que castiga mesmo o senso de dignidade do contribuinte é a comprovação de que os ministérios foram aparelhados pelos partidos da base governista para contemplar seus próprios interesses, e os daqueles que os dirigem, sobretudo.
De 2004 a 2010, as quadrilhas travestidas de ONGs receberam nada menos que R$ 23 bilhões em recursos públicos, para financiar, com o dinheiro que pagamos em impostos, programas de caráter politicamente correto mas conduta incerta, como o Segundo Tempo do Ministério do Sr. Orlando Silva.
O setor privado “rói o osso” para ter produtividade, em meio a um ambiente de pesada tributação, e o resultado é esse: todo o esforço empreendedor, que poderia ser convertido em desenvolvimento por uma correta ação do Poder Público, perde-se na má gestão, na burocracia e na corrupção que lhe é inerente. O interesse público tornou-se mera ficção.
No mais, é ainda lamentável ver o denunciante - um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal, ele próprio envolvido até o pescoço em denúncias – posar de moralista e ostentar não apenas farda como condecorações (fotos dos jornais desta terça-feira 18).
Em respeito ao contribuinte, deveriam lhe cassar as condecorações, e lhe tomar a farda. Mas isso tudo é demorado, burocrático. Rápido mesmo no Brasil só os esquemas de corrupção.
Por Nilson Mello
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