Aos poucos vai se consolidando - independentemente de correntes ideológicas - a percepção de que a queda de juros, inerente a uma política monetária responsável no controle da inflação, deve estar atrelada a uma política fiscal (controle de gastos públicos) mais austera. Contrário senso, se os gastos forem frouxos, não há espaço para uma queda de juros segura. Estamos ainda longe de uma política fiscal adequada, mas o simples reconhecimento de sua importância para a manutenção da estabilidade econômica já é um alento. E, ainda sem o ambiente ideal, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central promoveu nesta quarta-feira (19) outra redução de 0,5% na taxa básica de juro (Selic), para 11,5%. BC e governo entendem que é possível reduzir os juros sem descontrole inflacionário porque a crise mundial dará conta de esfriar a demanda sobre produtos e serviços (e, assim, a pressão sobre os preços) nos próximos meses. Ou seja, a aposta no controle dos preços permanece centrada no desaquecimento externo. Quando a política fiscal estiver no eixo, essa redução poderá ser mais significativa, e sem riscos ou apostas em fatores externos, sempre imponderáveis.
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