quinta-feira, 19 de maio de 2011

COMENTÁRIOS DO DIA



Haddad. Podemos criticá-lo



     O ministro Fernando Haddad (foto), titular da pasta da “Mentira” (no contrário sensu da declaração de um subalterno, de que o MEC não é o “Ministério da Verdade”), considera um "equívoco" (sic) criticar a professora Heloísa Ramos, autora de “Por uma vida melhor”, aquele livro didático que valoriza os erros gramaticais.
     O argumento do ministro é tão rudimentar quanto os métodos do ministério que dirige. Segundo ele, não podemos criticar uma professora que tem 20 anos de profissão. Pela lógica do ministro, quem vence duas décadas de atividade profissional está isento de reparos e, por óbvio, redimido de seus possíveis erros.
     A notícia boa é que o ministro Fernando Haddad, com seu aspecto juvenil, provavelmente não tem 20 anos de experiência profissional – seja política ou acadêmica. Ou seja, “a gente podemos criticá-lo à vontade”.

O outro ministro

    Enriquecer é lícito – desde que dentro da Lei. O problema é enriquecer rapidamente quando se está no governo, ou muito próximo dos círculos governamentais. E não interromper atividades privadas – com óbvias interconexões com o Estado – quando se retorna ao governo, após um breve e tênue interregno.
O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, multiplicou por 20 seu patrimônio num prazo de quatro anos. Não explica como fez a mágica porque, alega, seu trabalho envolve consultoria – essa genérica e obscura atividade quando se trata de políticos –, e os contratos com seus clientes têm cláusula de confidencialidade que não lhe permitem revelar a natureza de seu trabalho.
As suspeitas de conflito de interesses são fundadas. E isso é uma pena, porque Antonio Palocci foi um excelente ministro da Fazenda – até cair por envolvimento em um dos muitos escândalos protagonizados pelo PT no primeiro governo Lula. E fazia, até aqui, um trabalho competente na Casa Civil, sobretudo freando o ímpeto dos neo-aliados ruralistas e partidos de esquerda no esforço para parir um novo Código Florestal.
Dentro do governo, Palocci era a mais eficaz resistência ao novo Código que, na prática, autoriza mais desmatamentos. Coincidentemente (ou não), até pouco, suas atividades de “consultor” e seu enriquecimento fulminante não mereciam qualquer atenção.




 A propósito, conflito de interesses havia também na atuação de Gilberto Gil quando titular da Cultura. Gil não parou de promover seus shows como artista. Certamente, o fato de ser ministro lhe garantiu mais projeção e lhe abriu portas. Qual o empresário do ramo se negaria a prestar um favor para o “ministro-cantor”?
O razoável seria parar de fazer shows, lançar CDs e se auto-promover enquanto fosse titular da pasta. Mas num país como o Brasil, onde prevalece a galhofa, seria pedir muito.



Um comentário:

  1. Sabe-se agora a razão de ter o Ministro Haddad (MEC) adotado o livro da professora aposentada que sanciona os erros de linguagem. É que a professora foi mestra de Lula no SENAI. Como não conseguiu fazer Lula falar direito, e vindo este a ser Presidente, a professora então resolveu adotar o linguajar do antigo aluno tornado ilustre.

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