Alunos
do ensino médio das redes pública e particular sabem menos hoje do que em 1997,
como demonstram os resultados divulgados ontem pelo MEC (SAEB - Sistema de
Avaliação da Educação Básica). Hoje, as
notas em Matemática e Português são mais baixas do que as registradas há 20
anos. A rede privada caiu menos, mas também piorou (informa o Estado de S. Paulo desta sexta-feira, 31).
Qual
foi o crime cometido contra a educação neste período, que (não custa lembrar)
abarca 14 anos de governo do PT, o partido que se
autoproclama até hoje, a despeito de todos os malfeitos que perpetrou e do
desastre econômico que engendrou, o baluarte das causas sociais, o defensor do
povo?
O crime foi investir em demagogia em
detrimento da seriedade. O crime foi apostar nas cotas nas universidades, ao
invés de qualificar o estudante dos ensinos fundamental e médio. O crime foi
apostar no engessamento dos currículos (o que talvez explique a queda de
desempenho também na rede privada), impondo diretrizes de cunho ideológico, ao
invés de valorizar a liberdade pedagógica, mais enriquecedora.
A fraude, em suma, foi estimular a vida
fácil, enquanto o certo seria valorizar o esforço e o mérito. Lembre-se
disso, eleitor.
Não há atalhos!
Por isso a democracia brasileira continua a
ser o cão correndo atrás do próprio rabo. Só conseguiremos aperfeiçoá-la
melhorando a qualidade do eleitor; mas, para tanto, antes, seria preciso
melhorar a qualidade do eleito, aquele que deve educar o povo.
Porém, o eleito, que em geral é de má
qualidade - porque quem o elege ainda não está totalmente qualificado -, nem
sempre (ou quase nunca) tem compromisso com essa missão. A missão de educar o
povo.
Romper esse círculo vicioso é o maior desafio de nossa democracia. Leva tempo e dá trabalho.
Mas não há atalhos.
As saídas
mirabolantes, pelo caminho da exceção, na crença de projetos
"messiânicos", não apenas não resolvem o problema fundamental da
educação e da qualificação do eleitor (como já vimos ao longo da história, no
Brasil e no mundo), como criam outros problemas ainda mais graves, entre os
quais o cerceamento das liberdades.
Democracia dá
trabalho. É preciso continuar trabalhando.
Por Nilson Mello
Realmente estamos numa sinuca de bico. Talvez o voto do analfabeto tenha piorado a situação. Sei que é politicamente incorreto, mas para mim o título eleitoral deveria ter requisitos, como o ciclo médio completo, por exemplo. Agora vai ser difícil sair desta situação. O governo militar teve o prato e o queijo na mão, 21 anos de poder, perdeu a oportunidade de dar educação básica para todo mundo. Identificou equivocadamente o inimigo do Brasil, que não eram os aloprados da luta armada, mas a baixa educação do povo brasileiro.
ResponderExcluirSim, Raul. Abraços
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