segunda-feira, 8 de agosto de 2011

COMENTÁRIOS DO DIA

Um pequeno tratado sobre Política Econômica

      Este Blog tem defendido uma política fiscal mais responsável, demonstrando as relações de causa e efeito entre excesso de gastos do governo e juros altos; entre excesso de gastos e falta de investimentos; e, por extensão, entre gastos públicos, juros altos, falta de investimentos e crescimento pouco sustentável com risco de inflação.
O Blog tem comentado ainda a nefasta relação entre juros altos, necessário para conter a inflação devido a uma política fiscal débil, e a pressão sobre a taxa de câmbio, que mina a competitividade da cadeia produtiva nacional.
Eis que nesta segunda-feira (08/08) o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, a propósito do plano de incentivo à indústria, anunciado na semana passada pelo Planalto, vai direto ao ponto. Afirma Velloso:
    “Se o governo quer ajudar a indústria, precisa cortar gastos correntes, a fim de aumentar a poupança pública e reduzir a necessidade de poupança externa (e, portanto, de apreciação cambial, o de déficit externo que é o irmão siamês de sua entrada no país). Reduzindo os gastos, diminui a necessidade de o BC subir os juros e cortar parcela da demanda privada. Diminuindo os juros, reduz-se o déficit público (e, em tese, a carga tributária), além de desestimular a entrada de capitais especulativos (que produzem apreciação adicional do câmbio)”.
   O artigo, cuja íntegra está no link abaixo, é um pequeno tratado de Política Econômica ao qual o governo Dilma, meio perdido em termos de orientação acadêmica, deveria se ater.
Segue o link do artigo de Raul Velloso: http://tributoedireito.blogspot.com/2011/08/do-que-industria-precisa.html


As idéias eróticas de Mantega para a economia

     E para quem acha que exagero quando digo que à equipe econômica falta, sobretudo, orientação acadêmica consistente, basta ler a pérola publicada tempos atrás pelo próprio ministro da Economia, Guido Mantega, e reproduzida no ex-blog de César Maia.

  
"SEXO E PODER: A FACE ERÓTICA DA DOMINAÇÃO"!
                                   
GUIDO MANTEGA, Cadernos do Presente 3, editora brasiliense.
                   
1. "Para W. Reich, a repressão da sexualidade está a serviço das sociedades autoritárias. Foucault sustenta que o capitalismo avançado espalha o sexo e aumenta seu poder através dele. Enfim, alude-se a uma faceta do poder que não costuma ser abordada nos manuais de ciência política. Trata-se de um poder invisível, subterrâneo, que age na penumbra, e pode ser tão eficiente quanto a polícia ou as instituições judiciárias."
                   
2. "Um orgasmograma (inventado para medir a intensidade do prazer), nem se moveria diante da árdua labuta do camponês, enquanto chegaria rapidamente ao ápice no caso de uma relação sexual. Porém o orgasmo sexual tem vida efêmera, se bem que possa ser prolongado por uma atmosfera que estique as sensações agradáveis. Imagine-se agora uma nova forma de trabalho (diferente do trabalho alienado), escolhida e exercida com gosto. Aí, o orgasmograma poderia acusar uma satisfação menos concentrada, porém muitas vezes mais duradoura."
                  
3. "Atualmente, boa parte da população é mantida na miséria para ser obrigada a trabalhar e, assim, preservarem-se os interesses do sistema de dominação. Essa carência artificialmente mantida exige que a civilização exerça um grau de repressão sobre os instintos de prazer, perfeitamente dispensável caso o potencial acumulado fosse direcionado para o sustento da humanidade."
                   
4. "Na verdade, a relação afetiva ou sexual moderna, sofre uma limitação básica que a esteriliza no seu nascedouro. Pois é uma relação exercida por indivíduos fabricados pelo capitalismo, isto é, por homens individualistas, competitivos, egocêntricos, desconfiados dos outros e de si mesmos; e por tudo isso, incapazes de uma comunhão humana solidária. Nessas condições, o ato sexual fica compartimentado; dá-se entre um sujeito e um mero objeto. Nesse contexto, pouco adianta multiplicar as posições sexuais, ou inventar novos jogos amorosos, sem alterar substancialmente a qualidade das relações."
                   
5. "Então a luta deve dirigir-se não apenas contra o inimigo externo (imperialismo americano, alemão, etc.), como também deve centrar-se sobre o invisível alvo interno, tão perigoso quanto a águia americana. A instauração de uma ordem política mais livre e igualitária deve ser acompanhada pela caça ao autoritarismo em todos os seus redutos. Este deve ser desmascarado enquanto racismo, enquanto restrições sexuais (discriminando relações fora do "matrimônio", o sexo das crianças, o homossexualismo, etc.), machismo, etc."

(Extraído do Ex-blog de Cesar Maia)


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