Alguns me perguntam por que deixo pessoas que divergem de minhas opiniões postarem comentários nas
minhas páginas nas redes sociais. A resposta é simples: porque tenho apreço
pelo debate e sou seguro de minhas posições. Desde que não haja ofensas, principalmente a outros participantes, toda a discussão é válida em busca da síntese.
Também me perguntam por que
faço críticas ao governo Bolsonaro, ao mesmo tempo em que defendo a maior parte
de suas medidas, sobretudo na área econômica. A resposta é ainda mais simples:
porque não tenho alinhamento automático com este ou qualquer outro governo. Não
tenho compromisso com erros.
Se seguisse caminho
diferente, estaria adotando postura idêntica à daqueles que tanto crítico - em
especial, petistas e aliados, que até hoje fecham os olhos aos desvios e
desmandos dos governos Lula e Dilma.
Esta semana fui cobrado por
me empenhar em ser isento. Recebi o comentário como elogio, embora tenha sido
feito em tom de crítica. Havia no comentário uma clara insinuação de indefinição de minha parte. Ora, ser ponderado é uma atitude, significa assumir uma posição.
A análise dos fatos políticos e econômicos exige uma
abordagem racional, livre das paixões ideológicas e da radicalização, ainda que cada qual tenha à
sua própria visão de mundo, que deve ser respeitada.
Infelizmente, nem todos
estão preparados para o debate civilizado. O interlocutor passional, aquele que
está cego pelas crenças políticas, “desmancha o tabuleiro” quando começa a
perder o jogo, ou seja, assim que percebe que seus argumentos não têm amparo na
realidade factual. Invariavelmente, partem para as ofensas. Esses, claro, não
são bem vindos aos espaços democráticos, virtuais ou não.
Contudo, ainda com esse
risco, vale o esforço pelo contraditório. Porque sem ele não é possível
aprimorar práticas públicas ou depurar o processo político.
(por Nilson Mello).
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