Que não há risco de
o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, ser pior que Vélez Rodríguez,
não temos a menor dúvida. Mais pelo desastroso desempenho daquele que sai do
que propriamente pelos supostos atributos daquele que entra. A passagem de Vélez
por uma das pastas mais importantes da Esplanada dos Ministérios foi patética.
Weintraub parece ter currículo consistente
como economista e gestor financeiro. Mas, infelizmente, a julgar pelo que foi publicado
até aqui, revela-se igualmente assombrado pelo fantasma de uma “ameaça
comunista” subvertendo corações e mentes de estudantes brasileiros.
A educação no Brasil precisa de gestão, não
de uma “cruzada ideológica", seja de que matiz for, como bem salientou
Priscila Cruz, esta, sim, gestora e especializada no setor, em ótimo artigo no
Globo de hoje (terça 09/04), infelizmente, publicado no pé da página 28 do
jornal, em meio ao noticiário econômico (?!) - o que prova que não é só para o
governo que a Educação tem peso secundário.
Estou com Priscila Cruz quando ela afirma
que a Educação precisa de uma visão pragmática, voltada para a melhoria do
desempenho dos alunos. O MEC tem peculiaridades que exigem um ministro do ramo,
afeito à sua dinâmica.
Este governo tem um craque na Economia.
Poderia ter nos brindado também com um “fora de série” na Educação. Errou feio
na primeira escolha. E, na segunda, adotou o mesmo critério que condicionou o
fracasso da primeira - o alinhamento ideológico. Pode até dar certo, mas não é
o que minha intuição diz que acontecerá.
PS: Se sempre fui um crítico da condução
ideológica do MEC nos anos de governo do PT, não posso ser a favor que se faça
o mesmo agora, em sentido oposto, em termos dogmáticos. Não seria coerente.
Por Nilson Mello
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