A Argentina que recorre ao FMI
Por trás
de quase toda crise econômica existe um ativismo fiscal seguido de descontrole
de gastos públicos. E por trás de quase todo descontrole fiscal existem ou
existiram, por longo tempo, governos que instituíram modelos intervencionistas
e estatizantes, quase sempre de viés populista, distantes das regras de
mercado.
A
Argentina, que ora recorre mais uma vez ao FMI, não é exceção (outros exemplos
são Grécia, Espanha, Portugal, hoje já livres da crise aguda, bem como a
própria Venezuela bolivariana).
O governo
Macri tem orientação liberal, e foi eleito em oposição a esse ativismo fiscal
da visão intervencionista/estatizante. Mas o que de fato dá caráter a uma
economia não é o governo eleito, mas, sim, o arcabouço legal-regulatório em que
ela (a economia) se assenta. Uma realidade que o governo Macri em tão pouco
tempo não poderia mudar, sobretudo considerando os interesses políticos contrários.
Seu
governo deu tratamento realístico à inflação (livrando-a da maquiagem de sua antecessora), chegou a
promover uma Reforma da Previdência, que trará resultados consistentes no médio
e longo prazos, mas não logrou êxito na Reforma Trabalhista - e há uma série de
entraves burocráticos e regulatórios, que atingem diferentes setores da
economia, a serem revistos.
Para que a
Argentina deixe para trás os ciclos viciosos de crise que há muito a tiraram do
caminho do crescimento sustentável e da estabilidade (já foi um dos países mais
prósperos do Mundo, no início do Século XX), deverá levar adiante reformas
estruturantes que tornem o Estado menos pesado e dispendioso e a economia, mais
ágil. O mesmo vale para o Brasil.
Por
Nilson Mello
Bem abordado. Luiz Affonso Romano
ResponderExcluirObrigado, meu caro!
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