Crítica construtiva
O maior desafio de quem escreve é controlar a opinião compulsiva sobre tudo e todos. Volta e meia perco a batalha. Na semana passada, em mais uma dessas “derrotas” para a pretensão, critiquei (!) o Nobel de Economia Joseph Stiglitz. O efeito positivo é que o atrevimento abriu espaços para comentários críticos pertinentes, como o do economista e professor da UFRJ Luis Otávio Façanha, reproduzido abaixo:
(...) A alusão ao nosso Nobel [Joseph Stiglitz, artigo da postagem da sexta-feira passada do Blog] soou um pouco injusta. Mas, a culpa é dele, que deveria estar protegendo com mais zelo as glórias acadêmicas conquistadas, das quais ele é merecedor, sem dúvida. Como o Akerlof, como o Erik Maskin, como o Myerson e, por que não citar?, o “Mente Brilhante”, que inspirou a todos. Mas os mercados funcionaram! Numa ponta, a farra hipotecária e, de outro, a farra com os derivativos. E os títulos da dívida americana foram comprados, assim como foram comprados os das dívidas grega, italiana, espanhola, com ou sem irresponsabilidade fiscal (devemos falar da guerra do Iraque?, ou do regime fiscal americano, que desonera os mais ricos?) dos respectivos governos. E ganharam muito, muito dinheiro, pelo menos enquanto aqueles países vinham crescendo a taxas retumbantes. Há pelo menos quinze anos, Stiglitz e outros, os economistas que consolidaram a teoria da informação (menos pomposamente, a teoria da desinformação) no âmbito do pensamento econômico, vêm nos alertando para a possibilidade da seleção adversa num caso, e do risco moral de outro, estourarem o sistema (estou me referindo mais ao caso americano). Ortodoxos e heterodoxos sorriam desdenhosamente para o que vinha sendo escrito e difundido. E a proposta não era de regulamentação estrito senso, mas de monitoramento, tarefa (indispensável ao sistema de preços) que deixava de ser exercida de forma eficaz por conta da colusão entre os CEOs (com contratos majestosos) e os auditores (...) - Luis Otávio Façanha.
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