segunda-feira, 22 de maio de 2017

Artigo


Dois pesos e duas medidas



     Há pessoas escandalizadas pelo fato de o presidente da República ter recebido em sua residência (de forma um tanto clandestina, reconheça-se) um empresário que, agora se comprova, mantinha relações promíscuas com o Estado brasileiro e com a classe política. Pedem o seu impeachment.
    Mas essas mesmas pessoas não se escandalizaram - e ainda não se escandalizam - com o fato de este mesmo "empresário" ter mantido estreitas relações de amizade com os dois últimos ex-presidentes e de ter forjado o descomunal (e altamente suspeito) crescimento de seu grupo empresarial e de sua fortuna graças a essas relações heterodoxas com as pessoas e o partido que governaram o país nos últimos 13 anos.
    Se este de agora não podia e não deveria (e de fato não podia e nem deveria!), aqueles tampouco podiam e deveriam. 
    Pois foram esses ex-presidentes e o seu partido que franquearam ao referido empresário, enquanto estiveram no poder, as facilidades dos bancos oficiais, entre outras vantagens e favores descabidos, no mais deletério exemplo de patrimonialismo. 
    Em resumo, hoje só tem autoridade moral para pedir o afastamento de Michel Temer aqueles que no ano passado , em 2016, pediram e lutaram pelo impedimento de Dilma Rousseff.

    Os demais estão apenas em busca de uma vingança ideológica pueril, comprovando que nada entenderam do que se passou no país nos últimos anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário