quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Em tempo

O economista Marcos Poggi faz lúcida reflexão sobre o momento politico:

          "Depois da bela e empolgante campanha empreendida no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, ficamos muito frustrados com o resultado das urnas. Mas, agora, pensando friamente, talvez tenha sido melhor, ou menos pior, assim. Porque, o ajuste fiscal, decorrente da heterodoxia (vamos, educadamente, chamar assim) da política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma, teria que ser enfrentado de qualquer maneira. Sob pena, caso não fosse feito (e caso não seja levado a cabo), do completo esfacelamento da nossa economia. Melhor que essa tarefa esteja sendo (ainda que a contragosto) tocada (até quando?) pelo governo petista. Porque, se o Aécio ganhasse, anunciado o ajuste, o PT iria deitar e rolar. No mínimo, iam dizer: “Vocês não votaram no Aécio? Nós bem que avisamos: taí a política neoliberal do tucanos. Agora agüentem”. E por aí afora. Como acaba de ser, mais uma vez, comprovado com a vitória do Syriza na Grécia, a não ser talvez em países com elevadíssimos níveis de consciência política, em geral, o povo tem horror a políticas de austeridade. É , de fato, muito difícil para o eleitor identificar e reconhecer os bons efeitos de longo prazo de um governo responsável. Se o PSDB tivesse ganhado a eleição, possivelmente, nunca mais se aprumaria no Brasil. E, em 2018, assistiríamos à volta triunfal de Luiz Inácio ao poder. Luiz Inácio sim, porque, se o sangue pode não ser, o fígado do homem é bom. Resiste a tudo e a todos. Certamente, ele chegaria lá firme e forte. E se, por acaso, não chegasse, outro, ainda pior do que ele, chegaria. Sabe-se lá com que desfecho posterior".

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